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Amor traz Marley de volta Edição de 16/02/2008
Fãs da música do guerreiro rastafari relembram hoje o nascimento do ídolo, há 63 anos, na Jamaica
No dia 6 deste mês, o cantor e compositor Bob Marley, maior nome do gênero musical reggae, completaria 63 anos. O que ele encontraria no mundo se ainda estivesse entre nós? Na certa, ainda muito preconceito racial, miséria e desemprego, entre outras situações adversas, em particular, aos negros. Autor de sucessos como 'No Woman No Cry', ele morreu em 11 de maio de 1981, vítima de câncer generalizado, mas a voz contra a injustiça social será lembrada hoje em programação da Associação do Movimento Reggae de Belém e Ananindeua (Amor), na Chácara Candeira, no Entroncamento, a partir das 22 horas. O som é da banda Baseado em Roots, integrada por Ras Issamú no vocal, Sistah Bruna Melo no backing vocal, Rafael Santos na guitarra, Nazir Salomão na guitarra base, Hélio no contrabaixo e Júnior na bateria. Os djs Serginho Moraes, Daniel Moraes, ZP Roots e Enilson Nonato vão discotecar. Como informam Enilson Nonato e Jefferson Batista, da Amor, o público os sons originais das canções de Marley a partir de uma coleção de vinis.
Bob Marley nasceu em Sant Anes, na Jamaica, América Central, e morreu na Alemanha. Da década de 60 até o começo dos anos 80, ele gravou 14 álbuns, e se consagrou com músicas como 'Is this Love', 'I shot the Sheriff', 'Jah Live', 'No Woman No Cry', 'Redemption Songs', 'Zimbábue' e 'Bufallo Soldier', entre outras. Ele não criou o reggae, mas foi quem alavancou esse gênero musical, com apoio do produtor Cris Blackwell, que produziu o disco 'Catch a Fire', em 1971, que abriu as portas do mercado fonográfico mundial para Bob Marley.
O reggae se fundamenta na forte marcação do contrabaixo ao lado da bateria e uma seqüência de batidas secas na guitarra. 'É como se fosse o coração e o sangue pulsando', sintetiza Ras Issamú. Surgido em 1955 na Jamaica, a partir do ska e do rockstead, todo o processo veio dos negros que ouviam ritmos como o soul, blues, jazz e outros dos Estados Unidos.
DESABAFO
O rockstead e o ska tinham letras marcadas pela realidade das lavouras e das relações amorosas. Já o reggae chega com a força de letras abordando o cotidiano sofrido na periferia de Kingston, capital da Jamaica, predominantemente ocupada por negros. 'O reggae surge como um desabafo dessa gente que sofre repressão policial, que não tem serviços de saúde, educação, passa fome', comenta Enilson Nonato.
Nesse cenário, a banda 'The Wailers' ganha projeção. Entre os componentes da banda estão Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer. Marley começa a se destacar no grupo, por sua voz e talento como compositor. Ele seguia a religião africana Rastafari, que tem como princípios a vida natural, posicionando-se contra a Babilônia, ou seja, todo o consumismo do mundo moderno. Os adeptos abominam o álcool e carne vermelha e consomem ganja sagrada (maconha) em rituais de meditação. Dessa forma, a cultura rastafari ganhou espaço no reggae, por meio de Bob Marley. 'Ele teve uma atuação constante contra o preconceito racial e a miséria', destaca Enilson.
Serviço: Programação comemorativa do aniversário de Bob Marley, Chácara Candeira, na rua Coração de Jesus, no Entroncamento, próximo ao Cidade Folia, 22 horas. Show com a banda Baseado em Roots, djs Enilson Nonato, ZP Roots, Serginho e Daniel Moraes e na sequência de vinil Chico Canuto, Curi Pedra e Marlisson. Informações: 8818-6746.
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